Ministério Público vai investigar captura de dados e disparos em massa na eleição

Folha de S. Paulo revelou que empresas continuam oferecendo bando de dados e disparos em massa de mensagens eleitorais, mesmo após o TSE ter proibido a prática

Jornal GGN – O Ministério Público da 1ª e 2ª zonas eleitorais, em São Paulo, instaurou um procedimento de investigação sobre a captura de dados privados de usuários de redes sociais sem consentimento, a venda de banco de dados e disparo de mensagens eleitorais em massa, por empresas que continuam vendendo esses serviços para candidatos, embora o Tribunal Superior Eleitoral tenha vedado a prática em 2019.

Na terça (6), Folha de S. Paulo revelou que ao menos cinco empresas foram denunciadas por candidatos que foram abordados com a oferta dos serviços irregulares.

De acordo com a repórter Patrícia Campos Mello – que revelou o caixa 2 no WhatsApp em favor de Jair Bolsonaro em 2018 – o promotor de Justiça Fabio Bechara, da 1ª zona eleitoral de São Paulo, disse que os disparos em massa podem ter violado a legislação eleitoral e a Lei Geral de Proteção de Dados.

O MP também expediu recomendação aos partidos e candidatos, avisando que contratar esse tipo de serviço é crime e pode levar à cassação da chapa eleita.

AS REVELAÇÕES

O Tribunal Superior Eleitoral proibiu em 2019 o disparo em massa de mensagens eleitorais. Mas empresas privadas continuam operando à margem da lei, oferecendo não apenas a venda de banco de dados obtidos de maneira irregular, mas também softwares que facilitam a captura de dados privados de usuários das redes sociais, além de instrumentos que mascaram a automação do envio das mensagens, burlando as regras do WhatsApp. É o que revela reportagem da Folha de S. Paulo desta terça (6).

Somente uma das empresas identificadas já vendeu os serviços para 700 candidatos que disputam a eleição de 2020, por menos de R$ 700,00.

Além de sequestrar dados privados de usuários que usam qualquer tipo de hashtag que interesse aos candidatos, um dos softwares oferecidos consegue “evitar o banimento dos chips pelo WhatsApp ao fazer os envios massivos.”

Uma das empresas do ramo, a BomBrasil, cobra R$ 1,8 mil por um banco de dados com 20 mil contatos. Se o candidato quiser que a BomBrasil cuide dos disparos em massa, cada mensagem enviada sai por 0,12 centavos. Procurada, a empresa informou que é “apenas afiliada da Housoft, a fabricante dos softwares que permitem extração de dados e envio em massa.”

Leia mais:

Indústria do disparo em massa segue interferindo na eleição, sob o nariz do TSE

 

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O que que um tribunal comandado por um cara que nem o barroso é capaz de fazer contra os fascistódes do brasil atual? Uma das poucas coisas “boas” deste momento que passamos é que as máscaras caíram todas. Nisto aqui chamado brasil não há justiça, jornalismo, parlamento ou qualquer coisa que se possa chamar de instituição real. Acabou !!!!!

  2. Em época de eleições ninguém respeita ninguém neste país…
    se a própria eleição ocorre na base da trambicagem ou jogo sujo, fora das regras e sem que MP e TSE consigam se impor quanto a isso, imagina o exercício do cargo

    é por isso que nada melhora nesse país, pela facilidade em não se respeitar nada

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador