A Polícia Federal prendeu nesta quinta (8) o ex-assessor para assuntos internacionais do governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga a organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder a despeito da derrota nas urnas em 2022.
Filipe Martins tem ascendência sobre a família Bolsonaro e foi um dos assessores mais próximos do ex-presidente. Aos 36 anos, é ligado à extrema-direita dos Estados Unidos, tendo travado encontros com o ex-presidente republicano Donald Trump e seu guru de campanha, Steve Bannon.
Além de acumular polêmicas como uma investigação por gesto supremacista, Martins teria participado de atos para tentar manter Bolsonaro na cadeira de presidente e impedir a posse de Lula. Ele foi delatado pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid.
Segundo Cid, Filipe Martins entregou em mãos a Bolsonaro uma minuta que prepara o golpe de Estado. Cid disse que Martins ainda levou um advogado constitucionalista (cujo nome não foi revelado) ao encontro de Bolsonaro, além de parecer emitido por Ives Gandra Martins, que embasava juridicamente o golpe.
Filipe Martins virou assessor especial da Presidência em 2019, após ter passado pelo Ministério de Relações Exteriores sob o olavista Ernesto Araújo.
No LinkedIn, Martins informa que trabalhou na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília entre 2015 e 2016. Antes, trabalhou na assessoria internacional do Tribunal Superior Eleitoral. Ele é bacharel em Relações Internacionais.
Martins e Eduardo Bolsonaro apresentaram Steve Bannon a Jair Bolsonaro. Ele também desfilou em suas redes sociais uma série de fotos com autoridades como Donald Trump e Mike Pompeo.
Em 2021, ele foi flagrado fazendo um gesto supostamente racista em audiência no Senado e passou a responder pela ação.
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