Sergio Moro é humilhado em reunião com Gilmar Mendes: “Você e Dallagnol roubavam galinha juntos”

Gilmar Mendes "tripudiou" em cima de Moro e mandou o ex-juiz da Lava Jato estudar mais, relata jornalista

Em meio ao julgamento da cassação de seu mandato no TRE-PR, o senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro solicitou uma audiência com o ministro Gilmar Mendes. Pelos relatos de Guilherme Amado em sua coluna no site Metrópoles, Moro saiu humilhado do gabinete do ministro da Suprema Corte.

Gilmar teria usado tom duro e não poupou Moro de ouvir pessoalmente as críticas que o magistrado lhe faz publicamente há anos, por conta dos abusos da Lava Jato. O jornalista chegou a usar o verbo “tripudiar” para descrever a postura de Gilmar.

O encontro foi divulgado primeiro pela jornalista Mônica Bergamo, na Folha, cujas fontes – próximas de Moro – relataram um embate muito mais ameno do que Amado narrou nesta quinta (4).

Levado ao encontro do ministro por intermédio do senador Wellington Fagundes (PL) – que é de Mato Grosso, mesmo estado de Gilmar Mendes – Moro foi tratado durante os 90 minutos de audiência como “Sergio” e “você”.

Ele chegou a dizer que nunca atacou o Supremo Tribunal Federal, ignorando, por exemplo, o dia em que foi gravado sugerindo que Gilmar Mendes vende habeas corpus, entre ouros episódios.

“Vocês combinavam o que estaria nas peças”, diz Gilmar a Moro

“Você e Dallagnol roubavam galinha juntos. Não diga que não, Sergio”, disparou Gilmar, segundo a apuração de Guilherme Amado, quando Moro tentou se desvencilhar dos excessos da Lava Jato.

“Tudo o que a Vaza Jato revelou, eu já sabia que você e Dallagnol faziam. Vocês combinavam o que estaria nas peças. Não venha dizer que não”, continuou Gilmar, deixando Moro “assustado”.

Gilmar ainda repetiu na presença de Moro uma das histórias que sempre conta em suas entrevistas à imprensa: sobre o dia em que Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, lhe revelou como conseguiu atrair Moro para o governo Bolsonaro, levando o ex-juiz da Lava Jato a abdicar da magistratura.

“‘Certa vez, Sergio, o Paulo Guedes veio aqui ao meu gabinete e disse orgulhoso que havia sido ele quem havia ido a Curitiba convidar você para ser ministro do Bolsonaro. Eu disse a ele que talvez ele não tenha percebido, mas, ao conseguir tirar você de Curitiba, ele deveria colocar isso no currículo. Foi certamente um dos maiores feitos dele no ministério’, tripudiou Gilmar, diante de um Moro com sorriso amarelo”, narrou o jornalista Guilherme Amado.

“Estude um pouco”, diz Gilmar a Moro

Ainda segundo Amado, Gilmar ainda mandou Moro estudar mais. A recomendação teria ocorrido após Moro tergiversar sobre o rompimento com o governo Bolsonaro em 2020, para depois voltar a se aproximar do extremista de direita em 2022, por conta das eleições. Moro chegou a ir a debates televisionados, assessorar Bolsonaro nos embates contra Lula.

“Você faltou a muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentar”.

Segundo a jornalista Mônica Bergamo, Moro “disse a interlocutores que a reunião com Mendes seria uma tentativa de abertura de diálogo com magistrados de Cortes superiores de Brasília.”

Na versão apurada por Bergamo, que contou com fontes próximas de Moro, os detalhes da humilhação foram deixados de lado. “A conversa teve momentos de explicitação de divergências, mas foi considerada civilizada e tranquila, segundo interlocutores do senador.”

Guilherme Amado afirmou no Metrópoles que Moro saiu da conversa sem pedir ajuda no julgamento da cassação no TRE-PR, mas conseguiu, ao menos, deixar as portas abertas com Gilmar Mendes para diálogos futuros.

O encontro ocorreu no dia 2 de abril, um dia antes de o TRE-PR se reunir para a segunda sessão do julgamento que visa a cassação de Moro. Até agora, o placar está empatado, com um voto pela perda do mandato, e um contra. Faltam cinco votos. O julgamento retornará na próxima segunda, 8 de abril.

Redação

8 Comentários

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  1. Quando presidiu o STF, Gilmar Mendes assinou contratos que beneficiaram economicamente um instituto privado de direito que ele mesmo criou. Sujo Moro, Dellagnol e Gilmar Mendes jogam no mesmo time. O que os separou não foi o combate à corrupção mas o excesso de ganância dos nóias de Curitiba.

    1. Outro detalhe: Quando Gilmar Mendes foi presidente do STF, sua esposa, Dra. Guiomar Mendes, advogava naquela corte, sem que Gimar se declarasse impedido de julgas processos, cuja advogada era a “conja”….

      1. Inocente aqui tô eu. Já cantei a pedra aqui diversas vezes. Nosso judiciário se locupletar e fica por isso mesmo. Vejamos, por exemplo, no que vai dar o afastamento e o recente retorno do desembargador que liberou traficante com 126 anos de condenação.

  2. O mais importante, e que quase passou despercebido, é a atitude de Moro, que denota uma capacidade ímpar de fazer qualquer coisa por sua sobrevivência.

    Suas habilidades intelectuais, sua dicção ruim, seu português espancado são traços que parecem irrelevantes frente a qualidades imprescindíveis a quem tem a ambição patológica dele:

    Instinto, senso de oportunidade e cara de pau.

    Ele é, definitivamente um psicopata.

  3. O tempo está se fechando para o Moro faz tempo. Tempestades breves, guarda-chuva forte e capa grossa, tudo ainda salva Moro de se molhar na lama que ele cavou para si. Mas, quanto mais tempo as nuvens se juntam sem precipitar mais copiosa vem a chuva. Quero que o Moro se afogue num maravilhoso dilúvio e leve com ele a conja, o dalanhol e todos os seus amiguinhos.

  4. Não era questão de estudar mais, e nem de roubar galinhas, era questão de exercer o poder do STF, como um poder dos três poderes. Qualquer cidadão, com o mínimo de discernimento, entende, a traição deste pseudo cidadão, podre de atitudes e o conluio com outra nação, para, roubar e atrasar a sua própria nação, em que eu, sem conhecimento jurídico, considero, alta traição.

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