As críticas de FHC a Vargas e como a Europa o consagrou

Atualizado com notícia de 1952 sobre repercussão das políticas trabalhistas de Vargas na Europa
 
 
Do Brasil 247
 
FHC e Sarney chamam Getúlio de “homem menor”
 
Paulo Moreira Leite
 
Nunca será demais agradecer a Fernando Henrique Cardoso pela decisão de registrar e publicar os atos cotidianos de seus dois mandatos no Planalto. 
 
Num país onde informações de primeira mão sobre o Poder real costumam ser mantidas num ambiente de segredo absoluto, os Diários da Presidência são uma oportunidade rara de leitura, aprendizado — e mesmo diversão, como você poderá ler a seguir.  
 
Não terminei o primeiro volume, ainda, mas já encontrei uma cena impagável, ao chegar à página 404 do calhamaço de 929 dedicado aos primeiros dois anos de FHC no Planalto, quando ele descreve um almoço com José Sarney, que havia sentado à mesma cadeira entre 1985-1990.  

 
Eles falam de vários assuntos, mas o personagem central de vários momentos da conversa é um terceiro presidente. Getúlio Vargas, vulto que exerce um conhecido magnetismo — positivo ou negativo — junto a seus sucessores, o que é natural, já que nenhum brasileiro que veio ao mundo após 1930 deixou de ter contato direto ou indireto com a obra de Vargas, seja na economia, seja na política e também na cultura.  
 
Em 1996, completando um ano na Presidência, Fernando Henrique recebe José Sarney, que deixara a presidência em 1990, para um almoço.  “Muito bom”, escreve referindo-se ao conteúdo da conversa.
 
Na parte inicial do encontro, os dois falam de uma questão eterna para todo presidente da República: como convencer o PMDB a ajudar o governo a aprovar medidas de seu interesse. (Não ocorria nada de novo. Naquele início de 1995, FHC queria ajuda do PMDB para aprovar reformas; também precisava de ajuda da bancada pemedebista para enfrentar uma denúncia de superfaturamento de 51% na licitação dos radares do SIVAM que havia chegado ao Tribunal de Contas da União. O debate sobre a emenda da reeleição estava começando, e o PMDB estava dividido a respeito, também. Sarney explica ao presidente que os dirigentes do partido vão “ganhar tempo” e simplesmente dizer que “primeiro é preciso que as bases opinem sobre as áreas que provocam algum atrito.” Fechando essa parte do encontro, Fernando Henrique avalia: “Afinamos tudo sobre como conduzir o processo de votação”).
 
Naquele dia, Sarney tinha levado a Fernando Henrique um exemplar de seu romance recém-lançado, O Dono do Mar. Mesmo admitindo que não leu o livro, o presidente elogia o empenho literário do ex: “Tenho sempre uma admiração pela persistência com que o Sarney vem mantendo esta paixão pela literatura. Não li o livro. Vou ler.” Mais adiante: “Sarney tem a virtude de ser uma pessoa com convicção, fidelidade, se eu posso dizer assim, à literatura.” Ainda: “Ele gosta mesmo. Não é uma coisa feita pró forma, nem é superficial nele.”
 
Além de O Dono do Mar, Sarney levara um artigo publicado numa revista francesa, Commentaire, “publicação importante nas relações internacionais”, novamente elogia Fernando Henrique Cardoso. (Fundada em 1978 por Raymond Aron, intelectual reconhecido do conservadorismo europeu, no editorial de apresentação a Commentaire se apresenta aos leitores como uma “revista intelectual. Ela não é destinada a divertir, não é destinada a confortar os pré-julgamentos nem alimentar as paixões. Ela quer iluminar a inteligência.”)
 
A literatura seguiu na pauta da conversa por outra razão. Inédito por mais de cinco décadas, os dois volumes do Diário de Getúlio acabavam de chegar às livrarias, tornando-se obra de leitura obrigatória para os políticos brasileiros. A leitura não agradou os dois presidentes.  
 
“Ele (Sarney) está decepcionado com o diário e tem razão, eu também estou”, escreve Fernando Henrique no encontro de 8 de janeiro de 1996.
 
O que incomoda Fernando Henrique é o foco do Diário de Vargas: Ele reclama da fala de horizontes intelectuais, de pensamentos profundos sobre o país. “Depois de algum tempo de leitura, é a pequena história, não se vê muito mais do que intriga, um ou outro entra e sai, não se vê o conteúdo das discussões, a visão de Getúlio sobre Brasil, nada disso deixa marca no livro.” Como se, depois dessas palavras, tivesse ficado mais à vontade na conversa, Sarney admite: “Eu já estava até arrependido de tanto que eu tinha atacado o Getúlio e fazendo a revisão de meu juízo anterior, mas agora vejo que não, que Getúlio era um homem menor”, disse Sarney.
 
“É verdade”, repete Fernando Henrique, que prossegue: “A leitura não mostra um homem de grande descortino nem de empenho maior com problemas do país.”
 
Apenas duas linhas depois, numa passagem significativa para quem acabara de se referir a um antecessor que não havia demonstrado “empenho maior com problemas do país”, o próprio Fernando Henrique derrama-se em elogios ao momento em que o país se encontrava um ano depois de sua posse: “vivemos um raro momento em que, bem ou mal, as pessoas que estão controlando os grandes órgãos do Estado, a Presidência da República, o Senado, a Câmara, são pessoas que têm noção do país. Eu disse a Sarney: ‘pois é, apesar de tudo os resultados do ano passado foram muito positivos.’ Ele concordou.”
 
Doze páginas adiante, nos parágrafos dedicados a 15 de janeiro, Sarney está longe. Fernando Henrique desenvolve estas reflexões sobre dois vultos da história francesa, Charles De Gaulle e François Mitterrand. Compara o papel de um e de outro, sem esconder a preferência por De Gaulle. Referindo-se a um antigo dirigente do PS que pouco a pouco abandonou as ideias clássicas dos partidos de esquerda, numa trajetória semelhante a que diversos observadores apontam no próprio FHC, ele acusa Mitterrand de ter dado “uma volta muito grande para o que hoje se chama neoliberalismo.”
 
De repente, entre uma vírgula e outra, Mitterrand sai de cena e em seu lugar aparece Getúlio para ser comparado com De Gaulle. Apontando um ponto positivo na personalidade de De Gaulle, Fernando Henrique encaixa uma crítica repentina a Getúlio. De Gaulle, escreve, “tinha uma ideia de morte, de quem quer entrar para a imortalidade.” Num raciocínio separado por uma vírgula, Fernando Henrique abandona Mitterrand e explica que a ideia de morte mostra que De Gaulle era “diferente do Getúlio. Que a morte, como eu vi nos diários do Getúlio, era para ele uma vingança pessoal: já que eu não posso ganhar, eu ganho morrendo. Se matou e ganhou.”
 
Getúlio encerrou o seu Diário em 1942, ou doze anos antes de 1954, o ano em que deu o tiro no peito, evitou um golpe militar e impediu um retrocesso que faria a roda da História andar para trás. Muitos fatos ocorreram entre a última linha do Diário e a tragédia: ele foi deposto pelos generais que havia nomeado; os Aliados venceram a guerra; a CLT se consolidou; a Guerra Fria passou a definir as relações entre potências; a Petrobras foi fundada.
 
Em 1996, na página 416 de seu próprio diário, Fernando Henrique registrou uma versão pessoal para o suicídio. “No caso de Getúlio”, escreve, “a visão (da morte) é a de um homem autoritário: ou aceitam o que estou fazendo ou então eu ganho nem que seja me matando.”
 
O “homem menor”, que cometeu suicídio por ser “autoritário”, foi um personagem típico da história dos vencidos.  
 
Mesmo aliados históricos de Fernando Henrique tiveram outra visão sobre a tragédia, como o advogado José Gregori, que foi ministro da Justiça no segundo mandato de FHC. 
 
Em 1954, Gregori era um líder estudantil da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, um dos centras da mobilização pela deposição de Getúlio. Chegou a participar de comícios, no Rio de Janeiro, onde fez discursos pela saída do presidente, eleito em 1951.
 
Décadas depois, em seu próprio livro de memórias, Gregori reconhece que participou de uma “revolução errada”, escreveu, referindo-se, com humildade, à aula de política prática recebida da massa de brasileiros pobres, trabalhadores, muitos deles pretos, que ocupou o centro das grandes cidades do país para manifestar indignação e fúria.
 
No livro “Pai dos pobres”, o historiador norte-americano Robert M Levine recorda um elogio a Getúlio proferido pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, em discurso pronunciado no Rio de Janeiro, em novembro de 1936. Patrono da recuperação da economia de seu país, destruída pela crise de 1929, Roosevelt admitiu, publicamente, a contribuição de Getúlio para a construção do New Deal, a política econômica que privilegiava o emprego, os investimentos e protegia os sindicatos no esforço para vencer a depressão. Roosevelt atribuiu a Getúlio o mérito de ter sido “uma das pessoas que inventaram o New Deal.”
 
Por LN
 
Estou enfurnado em casa, levantando dados para o próximo livro que preparo.
 
Nessas pesquisas, levantei a seguinte notícia do jornal A Noite, sobre a repercussão das políticas trabalhistas de Vargas na Europa.
 
São bem similares à forma como os europeus trataram as políticas sociais de Lula – que primeiro obtiveram reconhecimento internacional, antes de serem aceitas por parte da elite pensante.
 
 
Redação

42 Comentários

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  1. Getulio Vargas construiu um

    Getulio Vargas construiu um Posto de Saúde e um Conjunto Habitacional com centenas de casas populares em Eldorado Paulista (cidade que então se chamava Xiririca). Ele fez isto atendendo uma carta de meu avô paterno, cujo irmão foi professor dos filhos de Getúlio na escola rural que existia na fazenda dos Vargas no Rio Grande do Sul. 

    Quando foi presidente Sarney nem tomou conhecimento da existência de Eldorado Paulista. FHC idem.

    Em Eldorado Paulista, Getúlio Vargas é um grande homem. Sarney e FHC continuarão sendo ilustres desconhecidos por aquelas bandas.

    Quantas Eldorados beneficiadas por Getúlio e esquecidas por Sarney e FHC existem no Brasil? Muitas, sem dúvida.

    E já que estou falando em Eldorado, seria bom o Prefeito mandar reformar o monumento em homenagem a Vargas que existe ao lado da Santa Casa. É uma puta sacanagem abandonar algo tão importante e simbólico para a cidade. 

    1. Eu entendi o porquê do seu

      Eu entendi o porquê do seu comentário, o desgraçado mudou nome para ser comparado aos lordes ingleses…muita pretensão chamar um homem público do porte de Vargas de homem menor depois dos resultados que ele apresentou na economia congelando preços.

  2. Muito barulho por nada

    Não morro de amores por Sarney e FHC. Principalmente pelos equívocos que cometeram como presidentes. Mas a opinião de ambos sobre Getúlio não tem nada de ofensivo. Apesar dos acertos sociais, Getúlio acumulou posturas lamentáveis. Foi um ditador cruel que reprimiu a oposição política, as opiniões divergentes, a liberdade de imprensa, deixou a polícia de Filinto Muller agir com brutalidade (vide o caso Olga Benário) e namorou o nazismo a ponto de dificultar a vinda dos judeus da Europa nos primeiros anos da década de 1940 (Lembrem de Aracy e Guimarães Rosa). Quanto a sua morte, foi um ato demagógico, caso ele tenha se suicidado ou foi “suicidado” para silenciar as investigações sobre a eventual corrupção de familiares de Getúlio;elas (as investiogações) acabaram silenciadas. Enfim , um bate papo de dois velhos políticos que não justifica o texto que tende pró Getúlio. Muito barulho por nada.

  3. Eles sabem de tudo!

    O livro de FHC expõe uma verdade!

    A sociedade que o acolhe, SABE O QUE ELE É OU FEZ E NÃO SE IMPORTA COM ISSO!

    Nada mudará na vida de FHC…

    Os escandanlos são para o povo e o alvo tambem é o povo!

    É retroalimentado, é bateria perfeita da Elite + corrupção!

    Tolos são aqueles que acreditam na justiça do Moro!

    Tudo que ele faz atropelando direitos não mudará a obstinação da direita!

    A direita conviveu e silenciou com a tortura na ditadura!

    O Moro só não tira sangue a força, e não usa choque nem pau de arara – está além, age via justiça…

    Que tambem assistiu muito do que aconteceu por aqui…

    Ou o povo tem a sua própria agenda e indignação ou nada mudará!

  4. Comentário de pigmeus

    FHC e Sarney são pigmeus políticos se comparados a Getúlio, cuja passagem pelo governo foi um divisor de águas na história brasileira. A opinião de ambos sobre ele é algo que os psicanalistas ou psiquiatras, talvez, possam explicar melhor.

  5. Ao se matar e com isso
    Ao se matar e com isso convocar uma grande manifestação popular, Getúlio demonstrou que seu governo tinha apoio da grande maioria da população e assim evitou golpe de estado. Foi um sacrifício pessoal extremo pelo país e pelo seu próprio legado
    Onde é que FHC viu autoritarismo nisso? Que idiota.

  6. Ao se matar e com isso
    Ao se matar e com isso convocar uma grande manifestação popular, Getúlio demonstrou que seu governo tinha apoio da grande maioria da população e assim evitou golpe de estado. Foi um sacrifício pessoal extremo pelo país e pelo seu próprio legado
    Onde é que FHC viu autoritarismo nisso? Que idiota.

  7. quem desdenha….

    quer comprar….

    o que esperar de um ex-presidente rancoroso e vaidoso?

    daqui a pouco ele vai dizer esqueçam o que eu transcrevi….

  8. o que mais doi…
    Mas o que mais doi a FHC e Sarney e que daqui a 50 anos vão ser só nomes de ruas.

    Ninguem se lembrará deles.

    O povo so vai se lembrar de Getulio e Lula.
    Não deixa de hilario!!!

  9. FHC nivelou-se a Sarney

    Sarney foi um acidente de percurso na História do Brasil. FHC supera-se ao se nivelar a um coronel do Maranhão, no pior sentido possível da palavra, que em 50 anos de poder absoluto produziu um feudo com os piores indicadores sociais do País. Se merecem. 

  10. Um parvo e um ignorante

    Um parvo e um ignorante comentando sobre um homem. que se teve suas falhas, pelo menos deixou um legado para o Brasil, ao contrário dos dois patetas que o insultam.

  11. Dois narcisos que nada de

    Dois narcisos que nada de relevante fizeram pelos trabalhadores e pelo país classificando o Getúlio como um “menor”, ponto para o Getúlio.

  12. Getúlio

    Qual foi mesmo a estrada que FHC construiu? Quais as casa populares que entregou? Nada.

    Vendeu a preço de banana as obras de Getúlio e nada colocou no lugar.

    Qual o destino da venda das estatais?

    FHC é o lixo da História.

    1. A estrada que FHC construiu

      A estrada que FHC construiu foi aquela que liga o passado ao presente. FHC tirou o país da crise onde estava atolado desde os anos 80, quando do esgotamento da Era Vargas, e preparou o país para a atual era petista. Se FHC não tivesse vindo antes, o governo de lUla seria um desastre total e terminaria em hiperinflação. Ou pior ainda, Lula se veria obrigado a fazer o mesmo que FHC fez, e ficaria desmoralizado junto às bases.

      A argumentação que você usou ao afirmar que FHC foi ruim porque não fez estradas nem casas populares bem mostra a concepção simplória que a maioria do eleitorado brasileiro tem da política, reduzida a exercício de assistencialismo e obras, obras e mais obras, mesmo que caras, desnecessárias e cheias de roubalheira. O velho Chagas Freitas construiu toda a sua carreira só colocando bicas d´água em favelas. A verdadeira obra política vai muito além de estradas e casas populares.

  13. fhc o ego que tentou governar a nação.

    Incenssado pela midia pig, chegou ao poder com a ideia fixa de acabar com a era Vargas . Deixou como legado incrível subserviência aos EUA , pondo nossos diplomatas descalços nas aduanas daquele país. Ainda como legado vendeu nossa economia a troco de esmolas do FMI. Notabilizou-se pela privataria demotucana.Foi defenestrado como dos piores governantes que este país conheceu. Só se afirma ao tentar desmerecer Vargas e seu brilho popular. Coisas de ego muito maior que a pessoa.

  14.  
    O  FHC é um cabra vitimado

     

    O  FHC é um cabra vitimado por inrecorrível presunção. Isso, não tem conserto, quanto mais o bicho envelhece, mais enrijece no bestunto do gajo a convicção de que ele é um grande merda.

    Quanto ao Sarney, tirante as terríveis danos que causou ao povo do Maranhão. Pouco resta pra falar desse estrupício que nos legou a casa-grande.

    Diria que os dois, como intelectuais, não passam de apagadas mariposas. Portanto, por mais que se esforcem em busca de lume, jamais conseguirão acender a bunda como fazem os pirilampos.

    Orlando

  15. Pholgo em saber do diálogo de
    Pholgo em saber do diálogo de dois pensadores academistas, lictheralmente imortaes e gagás de bens, grandissíssimos philhos da pátria do Brazil, sobre aquele esquecido caudilho vulgar do Getúlio:

    Sarney admite: “Eu já estava até arrependido de tanto que eu tinha atacado o Getúlio e fazendo a revisão de meu juízo anterior, mas agora vejo que não, que Getúlio era um homem menor”, disse Sarney.

    “É verdade”, repete Fernando Henrique, que prossegue: “A leitura não mostra um homem de grande descortino nem de empenho maior com problemas do país.”

    Ora o terrível e nephasto caudilho gaúcho, o Vargas, pouco phez pelos bons homens de bens, pelo bem danação, pelo contrário aumentou desabridamente o custo Brazil com a absurda invenção desse tal salário mínimo (aarrgghh…), implantou as marxistas CLTs,, a desnecessária e oneroza previdência social, exigiu de nossos innocenthes e bons irmãos do North, achacando-os com uma chantagem, recebermos a CSN – Cia Siderúrgica Naccional como compensação por entrarmos na guerra, lançou o maldito refrão “o Petróleo é Nosso” ao populacho, que sabíamos nosso, dos homens de bens, e a ser explorado com exclusividade pelas boas empresas do North, fundou a Electrobrás, Petrobrás e oitros elephantes brancos esthataes, etc, e maes dezenas de ações nocivas aos nossos bons interesses.

    Já o Sarney phez o, ooo, oooo, mandacto de seis annos!
    Ah, e provou ser um homem de vizão: nomeou Aécio diretor da Caixa Econômica Federal aos 26 anos de idade!
    E FegagáCê só phez bons negóceos vendendo o elephante branco Vale do Rio Doce, aliás creada pelo caudilho nephasto em 1942, por menos do que a empreza phacturou no semmmestre seguinte à venda, um óptimo negócio, deixou-nos namorando no escurinho com imphlação de 12,5%, “imphlação do aluguel” IGP-M em bons 25,5%, dezemprego de uns 14%, uma excelente e enorme legião de camelôs nas calçadas de todo o paíz vendendo quinquilharias à gentalha, sem dúvida couza de jênio. Sem contar o bons cases das privatarizações, do Sivan, do segundo mandactho, do engavetador geral da república, etc.

    Esses sim têem projectho de paiz, vizão e grande descortino!
    Does esthadistas!
    Qüe bons e grandes philhos da Páctria!

  16. Então o grande sociólogo FHC

    Então o grande sociólogo FHC acha que Getúlio foi autoritário porque se matou quando não conseguiu o que queria.  

    Obrigado Fernando Henrique pela iluminação.  Eu, na minha ignorância, sempre achei que o autoritário, quando contrariado, matasse quem os contrariou. 

    1. acho que ele se referia a parte

      do getulio ter e tornado presidente sem ter sido eleito e ter criado uma constituição(a de 38) em que td dependia da lei e como ñ tinha congresso ele era a lei 😀

  17. Getúlio Vargas

    FHC e Sarney não merecem nem a honra de beijar o chão onde Getúlio Vargas pisou.

    Vargas enfretou a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, a influência das potências estrangeiras e essa elite atrasada que domina o país, Mesmo com tudo isso, Getúlio fez mais pelo Brasil e pelos brasileiros que todos os políticos juntos.

  18. Vocês sabem qual é o melhor

    Vocês sabem qual é o melhor negócio do mundo???

    Comprar o FHC pelo que ele vale e vender pelo que ele pensa que vale….

    Sujeito arrogante este cabra!!!

  19. Gozado eh que ate hoje

    Gozado eh que ate hoje ninguem lembrou de perguntar aa Marquesa de Rabicoh do Planalto o que ele sabe a respeito da hemorroidas de Maria Antonieta!

    Inconcebivel!  Nao eh ele o expert no assunto?

  20. Dois marimbondos de fogo

    Sarney é aquele grande e visionário estadista que transformou, após gerações de sua famíglia no poder, o estado do Maranhão no que hoje o governador Flávio Dino tenta desesperadamente recuperar com um mínimo de dignidade.

    Fhc, bom esse pobre diabo, esse “tolo primário” não tem jeito, quem melhor analisou seu pensamento foi Millor Fernandes, pior para nós que tivemos e temos de suportá-lo e que quando (finalmente) nos deixar será merecedor de todas as homenagens por nossa imprensa dominada pela organização maviosa fundada pelo doutor Rouberto.  Mas vamos a análise de Millor sobre o PhD, com direito a citação ao outro magnífico  “presidente” escritor:

    “LIÇÃO PRIMEIRA

    De uma coisa ninguém podia me acusar — de ter perdido meu tempo lendo FhC (superlativo de PhD). Achava meu tempo melhor aproveitado lendo o Almanaque da Saúde da Mulher. Mas quando o homem se tornou vosso Presidente, achei que devia ler o Mein Kampf (Minha Luta, em tradução literal) dele, quando lutava bravamente, no Chile, em sua Mercedes (“A mais linda Mercedes azul que vi na minha vida”, segundo o companheiro Weffort, na tevê, quando ainda não sabia que ia ser Ministro), e nós ficávamos aqui, numa boa, papeando descontraidamente com a amável rapaziada do Dops-DOI-CODI.

    Quando, afinal, arranjei o tal Opus Magno — Dependência e Desenvolvimento na América Latina — tive que dar a mão à palmatória. O livro é muito melhor do que eu esperava. De deixar o imortal Sir Ney morrer de inveja. Sem qualquerpartipri, e sem poder supervalorizar a obra, transcrevo um trecho, apanhado no mais absoluto acaso, para que os leitores babem por si:

    “É evidente que a explicação técnica das estruturas de dominação, no caso dos países latino-americanos, implica estabelecer conexões que se dão entre os determinantes internos e externos, mas essas vinculações, em que qualquer hipótese, não devem ser entendidas em termos de uma relação “casual-analítica”, nem muito menos em termos de uma determinação mecânica e imediata do interno pelo externo. Precisamente o conceito de dependência, que mais adiante será examinado, pretende outorgar significado a uma série de fatos e situações que aparecem conjuntamente em um momento dado e busca-se estabelecer, por seu intermédio, as relações que tornam inteligíveis as situações empíricas em função do modo de conexão entre os componentes estruturais internos e externos. Mas o externo, nessa perspectiva, expressa-se também como um modo particular de relação entre grupos e classes sociais de âmbito das nações subdesenvolvidas. É precisamente por isso que tem validez centrar a análise de dependência em sua manifestação interna, posto que o conceito de dependência utiliza-se como um tipo específico de “causal-significante’ — implicações determinadas por um modo de relação historicamente dado e não como conceito meramente “mecânico-causal”, que enfatiza a determinação externa, anterior, que posteriormente produziria ‘conseqüências internas’.”

    Concurso – E-mail:
    Qualquer leitor que conseguir sintetizar, em duas ou três linhas (210 toques), o que o ociólogo preferido por 9 entre 10 estrelas da ociologia da Sorbonne quis dizer com isso, ganhará um exemplar do outro clássico, já comentado na primeira parte desta obra: Brejal dos Guajas — de José Sarney.

    LIÇÃO SEGUNDA
    Como sei que todos os leitores ficaram flabbergasted (não sabem o que quer dizer? Dumbfounded, pô!) com a Lição primeira sobre Dependência e Desenvolvimento da América Latina, boto aqui outro trecho — também escolhidoabsolutamente ao acaso — do Opus Magno de gênio da “profilática hermenêutica consubstancial da infra-estrutura casuística”, perdão, pegou-me o estilo. Se não acreditam que o trecho foi escolhido ao acaso, leiam o livro todo. Vão ver o que é bom!

    Estrutura e Processo: Determinações Recíprocas
    “Para a análise global do desenvolvimento não é suficiente, entretanto, agregar ao conhecimento das condicionantes estruturais a compreensão dos ‘fatores sociais’, entendidos estes como novas variáveis de tipo estrutural. Para adquirir significação, tal análise requer um duplo esforço de redefinição de perspectivas: por um lado, considerar em sua totalidade as ‘condições históricas particulares’ — econômicas e sociais — subjacentes aos processos de desenvolvimento no plano nacional e no plano externo; por outro, compreender, nas situações estruturais dadas, os objetivos e interesses que dão sentido, orientam ou animam o conflito entre os grupos e classes e os movimentos sociais que ‘põem em marcha’ nas sociedades em desenvolvimento. Requer-se, portanto, e isso é fundamental, uma perspectiva que, ao realçar as mencionadas condições concretas — que são de caráter estrutural — e ao destacar os móveis dos movimentos sociais — objetivos, valores, ideologias —, analise aquelas e estes em suas relações e determinações recíprocas. (…) Isso supõe que a análise ultrapasse a abordagem que se pode chamar de enfoque estrutural, reintegrando-a em uma interpretação feita em termos de ‘processo histórico’ (1). Tal interpretação não significa aceitar o ponto de vista ingênuo, que assinala a importância da seqüência temporal para a explicação científica — origem e desenvolvimento de cada situação social — mas que o devir histórico só se explica por categorias que atribuam significação aos fatos e que, em conseqüência, sejam historicamente referidas.
    (1)  Ver, especialmente, W. W. Rostow, The Stages of Economic Growth, A Non-Communist Manifest, Cambridge, Cambridge University Press, 1962; Wilbert Moore, Economy and Society, Nova York, Doubleday Co., 1955; Kerr, Dunlop e outros, Industrialism and Industrial Man, Londres, Heinemann, 1962.”

    Comentário do Millôr, intimidado:
    A todo momento, conhecendo nossa precária capacitação para entender o objetivo e desenvolvimento do seu, de qualquer forma, inalcançável saber, o professor FhC faz uma nota de pata de página. Só uma objeçãozinha, professor. Comprei o seu livro para que o senhor me explicasse sociologia. Se não entendo o que diz, em português tão cristalino, como me remete a esses livros todos? Em inglês! Que o senhor não informa onde estão, como encontrar. E outra coisa, professor, paguei uma nota preta pelo seu tratado, sou um estudante pobre, não tenho mais dinheiro. Além  do que, confesso com vergonha, não sei inglês. Olha, não vá se ofender, me dá até a impressão, sem qualquer malícia, que o senhor imita um velho amigo meu, padre que servia na Paróquia de Vigário-Geral, no Rio. Sábio, ele achava inútil tentar explicar melhor os altos desígnios de Deus pra plebe ignara do pequeno burgo e ensinava usando parábolas, epístolas, salmos e encíclicas. E me dizia: “Millôr, meu filho, em Roma, eu como os romanos. Sendo vigário em Vigário-Geral, tenho que ensinar com vigarice”.

    LIÇÃO TERCEIRA
    Há vezes, e não são poucas, em que FhC atinge níveis insuperáveis. Vejam, pra terminar esta pequena explanação, este pequeno trecho ainda escolhido ao acaso. Eu sei, eu sei — os defensores de FhC, a máfia de beca, dirão que o acaso está contra ele. Mas leiam:

    “É oportuno assinalar aqui que a influência dos livros como o de Talcot Parsons, The Social System, Glencoe, The Free Press, 1951, ou o de Roberto K. Merton, Social Theory and Social Structure, Glencoe, The Free press, 1949, desempenharam um papel decisivo na formulação desse tipo de análise do desenvolvimento. Em outros autores enfatizaram-se mais os aspectos psicossociais da passagem do tradicionalismo para o modernismo, como em Everett Hagen, On the Theory of Social Change, Homewood, Dorsey Press, 1962, e David MacClelland, The  Achieving Society, Princeton, Van Nostrand, 1961. Por outro lado, Daniel Lemer, em The Passing of Traditional Society: Modernizing the Middle East, Glencoe, The Free Press, 1958, formulou em termos mais gerais, isto é, não especificamente orientados para o problema do desenvolvimento, o enfoque do tradicionalismo e do modernismo como análise dos processos de mudança social”.

    Amigos, não é genial? Vou até repetir pra vocês gozarem (no bom sentido) melhor: “formulou (em termos mais gerais, isto é, não especificamente orientados para o problema do desenvolvimento) o enfoque (do tradicionalismo e do modernismo) como análise (dos processos de mudança social)”.

    Formulou o enfoque como análise!
    É demais! É demais! E sei que o vosso sábio governando, nosso FhC, espécie de Sarney barroco-rococó, poderia ir ainda mais longe.
    Poderia analisar a fórmula como enfoque.
    Ou enfocar a análise como fórmula.
    É evidente que só não o fez em respeito à simplicidade de estilo.
    Tópico avulso sobre imodéstia e pequenos disparates do eremita preferido dos Mamonas Assassinas.
    Vaidade todos vocês têm, não é mesmo? Mas há vaidades doentias, como as das pessoas capazes de acordar às três da manhã para falar dois minutos num programa de tevê visto por exatamente mais ou menos ninguém. Há vaidades patológicas, como as de Madonas e Reis do Roque, só possíveis em sociedades que criaram multidões patológicas.

    Mas há vaidades indescritíveis. Vaidade em estado puro, sem retoque nem disfarce, tão vaidade que o vaidoso nem percebe que tem, pois tudo que infla sua vaidade é para ele coisa absolutamente natural. Quem é supremamente vaidoso, se acha sempre supremamente modesto. Esse ser existe materializado em FhC (superlativo de PhD). Um umbigo delirante.
    O que me impressiona é que esse homem, que escreve mal — se aquilo é escrever bem o meu poodle é bicicleta — e fala pessimamente — seu falar é absolutamente vazio, as frases se contradizem entre si, quando uma frase não se contradiz nela mesma, é considerado o maior sociólogo brasileiro.

    Nunca vi nada que ele fizesse (Dependência e Desenvolvimento na América Latina, livro que o elevou à glória, é apenas um Brejal dos Guajas, mais acadêmico) e dissesse que não fosse tolice primária. “Também tenho um pé na cozinha”, “(os brasileiros) são todos caipiras”, “(os aposentados) são uns vagabundos”, “(o Congresso) precisa de uma assepsia”, “Ser rico é muito chato”, “Todos os trabalhadores deviam fazer checape”, “Não vou transformar isso (a moratória de Itamar) num fato político”. “Isso (a violência, chamada de Poder Paralelo) é uma anomia”. E por aí vai. Pra não lembrar o vergonhoso passado, quando sentou na cadeira da prefeitura de São Paulo, antes de ser derrotado por Jânio Quadros, segundo ele “um fantasma que não mete mais medo a ninguém”.

    Eleito prefeito, no dia seguinte Jânio Quadros desinfetou a cadeira com uma bomba de Flit.
    E, sempre que aproxima mais o país do abismo no qual, segundo a retórica política, o Brasil vive, esse FhC (superlativo de PhD) corre à televisão e deita a fala do trono, com a convicção de que, mais do que nunca, foi ele, the king of the black sweetmeat made of coconuts (o rei da cocada preta), quem conduziu o Brasil à salvação definitiva e à glória eterna. E que todos querem ouvi-lo mais uma vez no Hosana e na Aleluia. Haja!”

    Millôr Fernandes

  21. Espirito de porco

    Toda literatura sobre o getulismo vai se ressentir de tão elevado juizo, produzidos por duas amebas humanas,  de alma pobre e espirito de porco, cujo nefasto e tenebrosos legado, já foi pendurado na galeria do pior dos piores.  

  22. A traça e a estrela

    Quando vejo esse provecto senhor, fhc, comentando sobre Getúlio Vargas, dificilmente deixo de lembrar da traça, inseto primitivo, encontrado em meio a livros e jornais, e, eventualmente subindo pelas paredes numa caminhada patética, ventre arrastando na parede, o seu chão, em busca da estrela, que dado sua dimensão e estatura, e, principalmente, a distância que os separa, jamais a traça irá alcançá-la. Desiste desta busca fhc…..

    Quanto ao ‘marimbondo de fogo’, sobre esse nem comento.

  23. São personagens que pertencem a contextos históricos distintos

    Qualquer comparação entre Vargas e FHC fica muito abstrata porque foram personagens que viveram sob contextos históricos distintos. A Vargas coube superar o velho Brasil dos coronéis do sertão, onde cada estado e cada município era como um feudo independente, e esboçar o Brasil do século 20. A FHC coube superar e Era Vargas, esgotada desde os anos 80 do século passado, e esboçar o Brasil do século 21. Se FHC não tivesse vindo antes, o governo de Lula teria sido um desastre total, como foi por exemplo o governo de Alan Garcia no Peru, e fatalmente terminaria em hiperinflação e popularidade zero. Ou pior ainda, ele se veria obrigado a fazer o mesmo que FHC fez, e assim ficaria desmoralizado junto às bases.

    Dos três personagens citados, apenas Sarney é de fato uma figura menor. Quanto a Vargas e FHC, pode-se ser contra ou a favor, mas não se pode negar a importância de ambos em seus respectivos contextos históricos; eles pertencem àquela classe de personagens que fazem a transição entre duas fases históricas distintas. No presente, a própria disposição histérica com que os petistas atacam FHC já é prova de que ele foi uma figura bem mais importante do querem admitir, pois se fosse um zé mané qualquer, já teria sido esquecido a essas horas. Se o governo dele foi tão desastroso assim, então por que ele conseguiu se reeleger?

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