Mapa da Violência de Estado no Chile é lançado

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O GGN, em parceria com Agência QuatroV, Museu da Memória e da Verdade do Chile, Colonia Dignidad, OperaMundi, TVT e El Desconcierto fazem o lançamento em conjunto

Jornal GGN – Todos os anos, o dia 30 de outubro é uma homenagem aos executados políticos da ditadura militar no Chile (1973-1990). Na significativa data deste ano, intervenções artísticas e musicais farão memória aos de 30 anos atrás e também aos destes 15 dias de atuação repressiva das forças de Segurança do Chile atual. O GGN, em parceria com a Agência QuatroV, o Museu da Memória e da Verdade do Chile, a Associação pela Memória e Direitos Humanos Colonia Dignidad, e os veículos OperaMundi, TVT e El Desconcierto lançam em conjunto o Mapa da Violência de Estado no Chile.

Trata-se de um mapa interativo, com o registro dos relatos de violência por parte da polícia chilena, militares e forças de segurança especial desde o início do Estado de Emergência, iniciado no dia 19 de outubro. O dossiê interativo é de acesso público e será atualizado diariamente com novas denúncias, que são publicadas tanto pela imprensa, como por redes sociais e veículos comunitários, que vêm desempenhando um papel paralelo ao registro oficial.

Até a noite de ontem (29), o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) contabilizou 1.233 pessoas feridas, 37 delas por disparos de bala, 343 por balas de borracha e 282 por armas de fogo. Já são pelo menos 140 pessoas com feridas oculares, provocadas por bombas de gás lacrimogêneo que ocasionam a perda da visão. Há, ainda, 92 denúncias de torturas registradas pelo órgão e 18 de violência sexual, que incluem desnudamentos, ameaças, assédio e violações por parte da polícia chilenas e forças armadas. As autoridades estatais falam em 20 mortos.

O Mapa da Violência de Estado no Chile apresenta os tipos de violência separados por abusos de militares e polícia, violência sexual e de gênero, sequestros e detenções arbitrárias, assassinatos e mortes, “torturas”, violência contra a imprensa e censura e denúncias de montagens de crimes produzidas pelas próprias autoridades. O projeto inclui também o relato destas histórias, que serão transmitidas pelo GGN e demais veículos, e um formulário para as pessoas fazerem suas denúncias.

O Mapa da Violência de Estado no Chile: 

A iniciativa será anunciada durante o evento do Dia Nacional do Executado Político no Chile, realizado no Museu Gabriela Mistral, a partir das 11h desta quarta-feira (30), com intervenções artísticas em homenagem a músicos opositores e perseguidos pela ditadura no país, entre eles “Víctor, sin Víctor Jara” (2013), “La Carta” (2018) sobre Violeta Parra y “Pateando piedras” (2019) sobre Jorge González. O evento se encerrará com um “cabildo aberto”, um tipo de Assembleia Popular que debate o futuro do país.

 

Mapa da Violência de Estado no Chile

Mapa Interativo: http://bit.ly/MapaViolenciaEstadoChile2019
Histórias: http://bit.ly/HistoriasMapaViolenciaChile2019
Denuncie: http://bit.ly/InformeSuCaso

O Mapa estará em constante renovação. Para receber as atualizações: https://t.me/MapaViolenciaEstadoChile2019

 

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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