Israel não apresentou qualquer evidência sobre acusações contra equipe da UNRWA, mostra relatório encomendado pela ONU

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Acusações levaram doadores globais a cortarem financiamento à Agência, que é a principal porta de entrada de ajuda humanitária em Gaza

Norte da Faixa de Gaza reduzida a escombros. | Foto: Flickr/ONU

Um novo relatório, encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), aponta que o governo de Israel, encabeçado por Benjamin Netanyahu, ainda não forneceu qualquer prova para sustentar suas acusações contra funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), que seriam membros de organizações terroristas, como o Hamas. 

Segundo Israel, funcionários da Agência humanitária teriam participado do ataque terrorista do Hamas contra Tel Aviv, em 7 de Outubro. A ação levou, em janeiro, doadores globais a cortarem financiamento ao órgão, que é a principal porta de entrada para ajuda para 2,3 milhões de palestinos na Faixa de Gaza, que tem lutado contra fome e a sede, além da escassez de abrigo e cuidados de saúde. Além disso, vários supostos envolvidos foram demitidos da Agência.

Agora, uma análise independente elaborada por três institutos de investigação nórdicos e liderada pela antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, concluiu que a UNRWA forneceu regularmente a Israel uma listas dos seus funcionários para verificação e que “o governo israelense não informou a Unrwa quaisquer preocupações relacionadas a qualquer funcionário”. 

Segundo as informações, publicadas com exclusividade pelo jornal britânico The Guardian, a revisão de Colonna “deixa claro que Israel ainda não fundamentou qualquer uma das suas reivindicações mais amplas sobre o envolvimento do pessoal da UNRWA no Hamas ou na Jihad Islâmica”. A reportagem afirmou que documento deverá ser publicado oficialmente ainda nesta segunda-feira (22).

Em meio a falta de provas sobre as alegações de Israel, o financiamento à Agência foi retomado por alguns países nas últimas semanas. Já o Reino Unido, por exemplo, afirmou que esperariam pelo relatório de Colonna para tomar uma decisão sobre o caso.

Já financiamento dos Estados Unidos, principal aliado ocidental de Israel no conflito, à UNRWA foi proibido pelo Congresso desde que as acusações foram feitas.

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