Minas são muitas e pálidas
por romério rômulo
Minas se dissolve
no ouro, no ferro
no azedume das almas
no pecado que vive em toda
procissão.
quantos deuses de Minas
se sacrificaram ao corpo capital
da morte?
precisamos de quantos séculos
18, de quantos açoites precisamos
até arrematar nossos pecados?
santo Drummond, santo Affonso Ávila
santos poetas são Pedro e são Paulo
quantas minas de poesia vão engolir
nossa montanha raquítica?
quando gado e aço acabam no meu corpo?
quanta terra ainda tenho que cobrir nos endereços
que me dão?
Minas são muitas e pálidas, como as mãos
de toda gente.
romério rômulo
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“Minas não ha mais.
José, e agora?”
Parabéns, Romério, por esse belo poema e outros que tenho lido aqui sobre as nossas tragédias nacionais e nossas pequenas tragédias humanas.