Quando pronta, a linha prata do Metrô de São Paulo terá 26,6 quilômetros de extensão. Por se tratar de um monotrilho, cada quilômetro do meio de transporte custa aproximadamente R$ 100 milhões, totalizando um investimento de mais de R$ 2,6 bilhões aos cofres públicos.
Este investimento, no entanto, poderia cair pela metade se o País investisse no Maglev-Cobra, trem de levitação com potencial de atingir até altas velocidades.
Para apresentar o modal, o programa Nova Economia recebeu o professor Richard M. Stephan, que está à frente do projeto desde que ele foi iniciado, no início dos anos 2000.
MagLev
O professor explicou que o ímã tem duas forças de polaridade: a atrativa e a repulsiva. A partir de sistemas de controle e de técnicas de engenharia, pesquisadores conseguiram desenvolver veículos de levitação magnética ainda na década de 1970.
“Entre esses supercondutores e os ímãs existe uma força de repulsão e, ao mesmo tempo, de atração, o que permite ao supercondutor levitar sobre o ímã de forma estável. A primeira vez que vi não conseguia acreditar“, comentou o convidado do Nova Economia.
Existem seis cidades no mundo que já adotaram o Maglev como meio de transporte urbano. Entre elas, apenas Xangai, na China, utiliza o Maglev como trem de alta velocidade. Nas demais, a velocidade varia entre 50 km/h e 70 km/h, velocidade esta recomendada por Stephan.
Confira o bate-papo completo no YouTube:
UTI
Atualmente, os pesquisadores contam com uma linha teste de 200 metros. Porém, a estrutura do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) foi comprometida pela falta de investimentos nos últimos seis anos, especialmente durante a pandemia de Covid-19.
“Com a chegada da Covid, o projeto também foi para a UTI, período difícil em que tive de demitir pessoas porque não tinha como sustentar [a estrutura da pesquisa]”, continuou o professor.
Mesmo assim, Stephan é o maior defensor desse meio de transporte revolucionário. Por isso, ele cria projetos e está sempre em busca de investidores, a fim de transformar o Magleve em uma solução industrial.
Graças ao investimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em 2024 o Coppe vai receber o primeiro veículo desenvolvido industrialmente pela empresa Aeromóvel, que será autônomo e capaz de oferecer uma operação diária.
A partir desta etapa de industrialização, o projeto atinge o nível de maturidade 8. No próximo, poderá ser vendido para o mercado.
“O que falta para levarmos o produto ao mercado é irmos ao nível 9, que significa fazer uma ligação diária, porém com distância maior, que vai me permitir atingir velocidades de 50km/h ou 70 km/h, fazer curva, subir e descer rampa. Já tenho dois projetos para isso. Agora estou atrás dos recursos. Necessito de R$ 50 milhões para fazer a ligação de um quilômetro”, emenda o pesquisador.
Desafios
Richard Stephan comenta que o Maglev será concorrente ou substituto do monotrilho e VLT, tendo em vista que apresenta a mesma capacidade de transportar passageiros e é mais barato, por demandar uma estrutura menos robusta em comparação ao monotrilho. “Estamos mais para um avião do que para um trem. Somos como um avião voando a 1 cm do solo.”
Mas para tornar o trem por levitação um verdadeiro modal de transporte urbano, além de recursos, Stephan precisa repatriar talentos da engenharia que deixaram o Brasil por falta de boas oportunidades.
Outro desafio é dar maior visibilidade para o projeto. Para tanto, o professor da UFRJ está negociando parcerias com aeroportos e parques temáticos, a fim de proporcionar experiências ao público com o meio de transporte, a fim de popularizá-lo. Até o momento, Stephan tem algumas conversas com potenciais parceiros, mas que ainda estão em fase embrionária.
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BRAZZIL COM Z: o professor não dispõe de R$ 50 milhões para complementar suas pesquisas cujos resultados poderão beneficiar centenas de milhares de passageiros. Na outra ponta, parlamentares têm R$ 50 bilhões para fazer praças e coisas do gênero, via fundos partidário e eleitoral, bem como emendas parlamentares: PIX, individuais, de bancada, de comissão e de relatoria. Se Deus é brasileiro ele deve estar de férias há uns 500 anos, kkk.