
De Santiago, Chile
Jornal GGN – São 25 dias de manifestações consecutivas em um país que passou por duas semanas de Estado de Exceção e que, apesar da retirada do nome, manteve uma repressão desproporcional nas ruas, com bombas de gás lacrimogêneo, tanques de gás de pimenta e outras substâncias tóxicas, balas de borracha, metralhadoras e armas de fogo.
O dia 8 de novembro foi a terceira sexta-feira que os manifestantes conseguiram preencher uma extensão de aproximadamente 3 quilômetros nas ruas centrais da capital de Santiago, matemática que a simples vista aérea dá conta de pelo menos 300 mil pessoas, divergente dos dados anunciados pelas as televisões na manhã deste sábado, em 75 mil.
CHILE: este es el ambiente en Plaza de la Dignidad, ex Plaza Italia 20:10
video gentileza Lucas Becerra. Galeria CIMA pic.twitter.com/fpJ3sIaDdR— PIENSAPRENSA 320,5 mil Seguidores (@PiensaPrensa) November 8, 2019
Milhares de chilenos estiveram ao redor da Plaza Baquedano e Plaza Itália, em mais uma resposta massiva aos recentes anúncios do presidente Sebastián Piñera de convocar um Conselho de Segurança Nacional, anunciando medidas como projetos de “anti-roubos” e “anti-mascarados”, em novas tentativas do mandatário de criminalizar as vozes das ruas.
Á diferença de outros dias de manifestações, a truculência das tropas da polícia civil diferenciou dos protestos anteriores, atuando em medidas mais focalizadas. A mudança na estratégia ocorre imediatamente após observadores da ONU denunciarem como “violação grave” o uso arbitrário e indiscriminado de balas de borracha e metralhadoras para conter os protestos, e solicitando que as forças de segurança do país deixassem de usar estas armas de maneira “imediata”.
Em comunicado nesta sexta, a ONU também mostrou preocupação com “a grande quantidade de mortos e feridos” e criticou que o Chile não aplica “controle de violência nos padrões internacionais existentes, dos quais o Estado chileno é signatário”.
Cenas desta sexta-feira (08) foram compartilhadas nas redes sociais:
#CHILEDESPERTO
Plaza Italia: Carabineros lanzan decenas de bombas lacrimógena y balines contra miles de manifestantes en calle Vicuña Mackenna, al llegar a alameda.(16:56) pic.twitter.com/BqQQvTLXW4— PIENSAPRENSA 320,5 mil Seguidores (@PiensaPrensa) November 8, 2019
#CHILEDESPERTO
Plaza Italia: Carabineros lanzan decenas de bombas lacrimógena y balines contra miles de manifestantes en calle Vicuña Mackenna, al llegar a alameda.(16:56) pic.twitter.com/BqQQvTLXW4— PIENSAPRENSA 320,5 mil Seguidores (@PiensaPrensa) November 8, 2019
Un carabinero de Chile usa de escudo humano a un adolescente de 13 años para disparar lacrimógenas
👉 https://t.co/PZrUJQw6Ut pic.twitter.com/smRndIgOyW— RT en Español (@ActualidadRT) November 8, 2019
Apesar de registrar focos de confrontos, com novas detenções, balas de borracha e gás lacrimogêneo e de pimenta – em um dos relatos mais drásticos, um jovem estudante perdeu 100% da visão dos dois olhos por disparos de bala dos policiais diretamente em seu rosto -, desta vez, as forças armadas não tentaram esvaziar a principal concentração de Santiago, o que prolongou o ato pacificamente até o anoitecer em uma das principais cenas registradas desta sexta-feira: milhares de luzes de celulares em símbolo de resistência.

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….esse golpe na Bolívia tem o mérito de mostrar com clareza como se comporta a elite dos países da AL: o tempo máximo que a burguesia suporta um governo que faça inclusão é de
13 anos no máximo: foi este o tempo permitido no Brasil, Bolívia……
Sem os golpes da direita esses governos progressistas se eternizariam através do voto, pelo simples fato de que a direita no poder resulta em miseria, desemprego e submissão aos EUA, vide o governo neoliberal do bilionário Pinera
E a burguesia sabe disso
Que a rebelião chilena sirva de alerta para esses governos lambe-botas
Bem que o Bozo podia ir lá pra dar uma forcinha, né? Basta ele elogiar o Piñera e o Pinochet novamente que a coisa anda mais rápido.